sexta-feira, 22 de julho de 2011

Programação eclética

Kahina
O infantil Irmão Urso, da Cia. de Teatro Carlos Moreira, encerra a programação de julho do Teatro Sesi do Centro Cultural Paulo Afonso Ferreira. Durante o mês de férias, o espaço ofereceu espetáculos de música, dança e teatro, algumas delas com entrada franca.  De 25 de julho a 5 de agosto, o teatro estará de portas fechadas para os espetáculos. O retorno está previsto para o dia 6 de agosto com show da cantora Sabah Moraes e banda.
A abertura do programa de julho ficou por conta da professora Natália Barreto e suas alunas de dança do ventre, que promoveram o Wardah Festival 2011 – Danças Árabes. Diversos grupos e duas convidadas experts de São Paulo  – Kahina e Elis Pinheiro  – exibiram no palco do teatro suas criativas coreografias, com um ousado e rico figurino inspirado nas odaliscas.  
Cabaré das Donzelas Inocentes
Mas, foi o Cabaré das Donzelas Inocentes que levou grande número de espectadores ao centro cultural. Foram quatro sessões do espetáculo escrito pelo jornalista Sérgio Maggio. Dirigidas pelos atores William Ferreira e Murilo Grossi, o Cabaré conta a história de quatro cafetinas de um bordel barra pesada que vão perdendo a clientela pouco a pouco. Inspirado em fatos reais, a peça estreou em Brasília e viajou em turnê por mais quatro cidades obtendo grande repercussão. Prêmio Jabuti com o livro reportagem Conversas de Cafetinas, do qual foram extraídas as histórias, conduziu o debate sobre prostituição após uma das sessões da peça.
Romeu e Julieta
Romeu e Julieta, clássico de William Shakespeare, ganhou leitura popular do diretor Samuel Baldani, que a apresentou no dia 10 de julho no Teatro Sesi. Jovens atores do projeto Arte Educação da Fundação Jaime Câmara vivem os personagens imortalizados na obra do bardo inglês. Baldani inspirou-se na cultura popular para elaborar o texto, o figurino, o cenário e os adereços, tornando a produção acessível a todos os públicos.

Tango e chorinho

Harmonitango
Considerado o maior nome do tango argentino no século 20, o compositor Astor Piazzolla ganhou homenagem especial pelos seus 90 anos do trio Harmonitango. Formado por José Stanek (harmônica), Ricardo Santoro (violoncelo) e Sheila Zagury (piano), o trio  interpreta composições consagradas do compositor como Libertango, Meditango, Le Grand Tango e outras. Stanek troca o tradicional bandoneon pela harmônica, conseguindo dar ao repertório a originalidade dos acordes do tango.
 História de um menino que sonha em conhecer o coração de sua cidade é o ponto de partida do infantil Viagem ao  Coração da Cidade, que a Anthorpos Cia. de Arte apresentou no dia 17 de julho. O espetáculo mescla interpretação com música ao vivo e interação para conquistar a plateia. A trupe do diretor Constantino Isidoro retorna ao palco  no  28 de agosto, às 17 horas, para mais uma sessão.
A Terça no Teatro foi de chorinho no dia 19 de julho. Os chorões do quinteto Descendo a Madeira tocaram clássicos de Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Waldir Azevedo, e outros compositores do gênero com muita afinação e profissionalismo.  Foram aplaudidos de pé.   




   

terça-feira, 12 de julho de 2011

Junho no Teatro Sesi

Contação de história
Priscila Camargo

Nos anos 1980/1990, houve uma febre de contação de história como forma de incentivar e estimular a leitura nas escolas. Os professores lançaram mão da nova ferramenta pedagógica e utilizaram o recurso para valer. Surgiram muitos grupos de contação de histórias, e alguns ainda se mantêm.
A atriz Priscila Camargo encontrou na contação de história uma excelente forma de mostrar o seu trabalho. Com talento e criatividade, a atriz paulista, radicada no Rio de Janeiro, tem lotado as salas de teatro com espetáculos interessantes como Histórias da Mãe África e Contos da Terra dos Mil Povos, que apresentou no Teatro Sesi.
Desta vez, Priscila contemplou as etnias formadoras do povo brasileiro para contar suas histórias. Extraiu lendas tradicionais dos índios, dos negros e dos portugueses para contar. Ótima narradora, a atriz ilustra as histórias com um cenário original recheado de objetos cênicos, muitas alegorias relacionadas a cada povo, um figurino colorido inspirado na cultura popular e uma iluminação  inspirada.  
A música  tocada ao vivo pontua todo o espetáculo, dando o clima de mistério, de surpresa, alegria e tristeza da história. O resultado de tudo isso é um espetáculo envolvente,  bem distante do didatismo da sala de aula.       
 
         
Cia. Teatral Martim Cererê
Puro Ouro Brasileiro
Um dos mais antigos grupos de teatro de Goiânia, a Cia.Teatral Martim Cererê estreou Puro Ouro Brasileiro, no Teatro Sesi. O  musical revisita o tradicional cancioneiro caipira.  Sob a direção de Marcos Fayad, a companhia abriu Luar do Sertão, a bela composição de Catulo da Paixão Cearense,  fora do palco, como a resgatar as antigas serenatas. Expert na viola Ney Couteiro acompanhou o grupo junto com Henrique Dias, no acordeon, e ainda assinou a direção musical. 
Depois de ocupar o palco, os atores Alba Franco, Débora di Sá, Gerda Arianna, Newton Murce, Tião Sodré e o próprio Marcos Fayad cantaram em solos, duos  trios e em grupo canções marcantes como  Siriema (Mário Zan/Nhô Pai), Cabecinha no Ombro (Paulo Borges), Assum Preto (Luiz Gonzaga), Moreninha ( Autor anônimo), Casinha Branca (Elpídio dos Santos), Disco Voador (Palmeira e Biá), A Moda do Fim do Mundo (Rolando Boldrin/Tom Zé/Svaniek)  e muitas outras que emocionam pela beleza e originalidade. 
Os repentes O Pudê Que a Bunda Tem, da dupla Castanha e Caju e Improvisos, de Lindalva e Terezinha, Nordeste Independente (Bráulio Tavares/Ivanildo Vilanova) acentuaram o clima de leveza e irreverência do espetáculo.         
Produzida artesanalmente, a montagem  recria o universo sertanejo por meio da música, e retrata  de forma poética a  simplicidade do homem do campo.  Capins naturais, algodão no figurino, chapéus e uma iluminação primorosa de Alexandre Greco completam o cenário, que remete ao quintal da fazenda.
Mvsika! Centro de Estudos
Junho foi um mês movimentado no Teatro Sesi. Com uma grade de programação recheada de espetáculos de teatro, dança e música, o espaço funcionou praticamente todos os dias, recebendo centenas de espectadores de todas as idades.
A Mostra Sesi de Dança foi retomada com a participação de 33 academias, escolas e grupos de Goiânia e Anápolis. Foram quatro dias de intensa agitação nos bastidores e na plateia, com a apresentação de coreografias de balé clássico, neoclássico, danças  moderna e contemporânea, flamenco e jazz.
Encerrada a mostra, que terá uma nova edição em 2012, outros grupos de dança ocuparam o palco do teatro. O Balé do Estado apresentou as coreografias Eu Sem Você, Você Sem Ninguém, inspirada nos poemas do chileno Pablo Neruda, seguida de Controversos, criada a partir de músicas de Seu Jorge, João Bosco, Chico Buarque, Ana Carolina e outros nomes consagrados da MPB. Os dois trabalhos levam a assinatura da diretora e coreógrafa Gisela Vaz.
Em turnê pelo País, graças ao Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna, do Ministério da Cultura, o Grupo de Experimentação Cênica – Gpoex/Scar   desembarcou no Teatro Sesi com  Vazio das Partes, uma criativa coreografia que  mescla movimentos da dança contemporânea a efeitos audiovisuais. A busca pela perfeição, medos, ansiedades e frustrações são o enfoque principal da produção que propõe um passeio pela grande dimensão do ser humano.  
Coreógrafa competente, Hérika Crossara surpreendeu a platéia com a coreografia Fases e Faces, que aborda a influência da Lua na vida do homem. Hérika investiu nos movimentos de balé clássico, neoclássico, contemporâneo e moderno, imprimindo originalidade à sua encantadora criação. O cenário despojado ganhou belos efeitos de iluminação que remetem às diferentes fases da lua.